Estudo revela que pessoas capazes de encarar com tranquilidade adversidades correm menos riscos de ataques cardíacos
Conservar o bom humor o ano todo, a despeito das chateações cotidianas, exige algum esforço. Entretanto, levar a vida menos a sério faz bem à saúde.
O mais recente argumento a favor do bom humor vem da Cardiologia. Segundo um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, pessoas capazes de encarar com tranquilidade adversidades como um pneu furado em dia de chuva correm menos riscos de ataques cardíacos.
Pode soar como piada, mas o estado de espírito tem efeitos fisiológicos muito significativos. Ano passado, uma pesquisa publicada na revista New England Journal of Medicine comprovou, pela primeira vez, a existência de uma síndrome cardíaca especificamente ligada a emoções fortes, designada de "síndrome do coração destroçado".
Outro experimento revelou que indivíduos são mais capazes de suportar estímulos de dor quando estão assistindo a vídeos de humor. Dar boas risadas faz bem porque ele estimula, no cérebro, a liberação de serotonina, neurotransmissor que ativa as células de defesa do organismo, protegendo órgãos como o coração.
Rir ainda ativa a produção de endorfina, neurotransmissor com poder analgésico que promove o relaxamento do corpo, diminui o estresse e proporciona a sensação de bem-estar. Detalhe importante: o riso é um dos sinais do bom humor, mas não é tudo para conquistar todos os benefícios acima.
Mais do que dar gargalhadas, uma pessoa bem humorada é aquela que consegue se adaptar melhor aos problemas e sofre menos com eles, explica a psicóloga Sâmia Aguiar Brandão Simurro, especialista em estresse e saúde mental da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV).
A vantagem das pessoas bem humoradas é que elas produzem menos cortisol e adrenalina, hormônios do estresse que a longo prazo elevam a pressão arterial e são um veneno à saúde.
Por outro lado, a falta de senso de humor, ou uma vida acompanhada de impaciência, raiva e atitudes hostis estão associados a um maior risco de desenvolver pressão alta, piorar o controle dos níveis de glicose e ainda aumentar o risco de doença isquêmica do coração e de morte, relaciona Ricardo Teixeira, doutor em Neurologia e diretor do Instituto do Cérebro de Brasília (ICB).
A favor do bom humor há ainda outros dois aspectos. O primeiro é a melhora das relações sociais. moções positivas aproximam, facilitam as relações e promovem sentimentos prazerosos. É difícil pensar em alguém que não se sinta bem após uma sessão de gargalhadas entre amigos, ressalta Teixeira.
O segundo, por fim, é o lado fitness da alegria. A movimentação do diafragma e dos músculos abdominais envolvidos em 10 minutos de gargalhadas é capaz de queimar até 50 calorias. Parece até brincadeira.
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