terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Está Sobrando Sorriso (e Saúde)

Se alguém tem dúvidas de que rir faz bem à saúde, precisa acompanhar uma das visitas dos colaboradores da Federação Unimed/RS às crianças abrigadas no Lar de São José, em Porto Alegre. Entre as algariadas anfitriãs e os visitantes voluntários, muitos sorrisos. E, a cada encontro, energia renovada dos dois lados.
O projeto de voluntariado, que revitaliza os colaboradores da empresa, foi criado em 2006. Cada colaborador tem 4h10min mensais para realizar trabalhos nas instituições parceiras da Unimed/RS. O Lar de São José é uma delas. Conforme relato de professoras e coordenadoras, a iniciativa foi lentamente mudando o comportamento das crianças, que estão mais tranquilas, disciplinadas e carinhosas. São 26 pequenos, com idades de seis a 10 anos. Ganhos saudáveis do lado de quem se dispõe a trabalhar pelo outro também:
“O carinho que elas nos dão é imenso”. “Elas ficam loucas de felicidade quando chegamos às segundas-feiras”, conta a voluntária Ana Junqueira, 18 anos. Bruna Santos, coordenadora do trabalho de voluntariado, explica:
“A dedicação ao trabalho voluntário é um exercício de autoconhecimento e aprendizado. O crescimento pessoal e profissional do colaborador que pratica o voluntariado é visível. O grupo está crescendo e se tornando cada vez mais organizado, começamos a trabalhar com planos de ação para as atividades. Para 2010, estão previstas a criação de Oficinas de Música e Literatura.
A sensibilização de colaboradores tem crescido e, este ano, a festa de Natal será uma tarde no Parquinho da Redenção, com direito a brinquedos liberados e lanche. Tudo graças às doações em dinheiro dos colaboradores. A expectativa de uma tarde alegre e feliz é tão grande entre os voluntários como entre as crianças. Vão sobrar sorrisos no passeio – doses consistentes de saúde necessárias a qualquer idade.

Confie e Sorria com Vontade

Se o desafio é superar eventuais ansiedades e angústias de final de ano e irradiar sorrisos, risos e gargalhadas conscientes e genuínos, então, dezembro testa nossa confiança. Em nós, nos outros e no desconhecido. Os quatro pontos abaixo ajudam a refletir sobre nossa capacidade de confiar.
Como surge
A capacidade de confiar se desenvolve através do relacionamento com outra pessoa e daí vai ser interiorizada formando a autoconfiança. Confiança nos outros e autoconfiança dependem uma da outra. No início da vida são confianças diferentes, porque o adulto tem mais experiência e pode garantir melhor os cuidados necessários à manutençào da vida do bebê. A formação dos “núcleos básicos de confiança” começa, de fato, nos vínculos que se vão estabelecendo entre os pais e o bebê. Na medida em que o desenvolvimento da criança avança, ela vai se tornando capaz de se cuidar e cada vez, mais pode confiar em si mesma, em suas capacidades. A partir desse momento, as confianças em si e no outro devem se equiparar.
Como se firma
Confiança é um sentimento que se desenvolve ao longo de um relacionamento no qual somos correspondidos pelo outro de modo satisfatório. Na medida em que repetimos a busca, e o outro corresponde, demonstrando que nos percebeu de forma realista, nos sentimos seguros, e um dos sentimentos que nasce dessa interação é a confiança. Por outro lado, se somos mal entendidos, nos sentimos inseguros e vamos desconfiar. Ao longo da vida, podemos desenvolvê-la em relacionamentos com pessoas (da família, da sociedade, da escola, amigos) ou com objetos, atividades. Mas também desenvolvemos a confiança em nossas capacidades através das atividades que exercemos sozinhos, a começar pelos nossos brinquedos quando crianças, depois com os livros, com nosso material de trabalho ou lazer.
E se estiver faltando
Se for uma insegurança leve, os bons relacionamentos ao longo da vida podem ir restaurando a confiança. Porém, confiar se torna mais difícil para uma pessoa cujos relacionamentos geraram decepções. A experiência de ser, por exemplo, traído gera defesas que se instalam e passam a funcionar como um escudo, uma máscara que, ao mesmo tempo, revela e protege da dor. Talvez essa pessoa necessite passar por um terapeuta, um analista, alguém que vai estar ali, no dia e na hora combinados, disposto a criar um ambiente seguro onde ela possa soltar a máscara e fazer crescer a confiança.
Por que é importante
A vida em si depende da existência de relacionamentos confiáveis. Alguém confiável significa que há bondade no mundo e dentro de nós. E que podemos sonhar e planejar a realização. Confiança e serenidade são sentimentos que indicam saúde: que os recursos pessoais receberam cuidados suficientes do meio ambiente e desabrocharam.
Fonte: Alda Oliveira, psiquiatra e psicanalista da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre, e David Zimerman, médico psicanalista, membro da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP)

Ficou difícil? Respire

Em situações de confronto e pressão, manter uma respiração completa e consciente é a chave para a estabilidade emocional, afirma o instrutor de ioga Thomaz Müller. A respiração completa consiste em utilizar as partes baixa, média e alta dos pulmões.
Através dela, é possível dobrar a capacidade respiratória, produzindo maior vitalidade por causa do aumento da oxigenação celular. Resultado: bem-estar. Tente.
Coloque as mãos em seu abdômen. Toda vez que inspirar, projete-o para fora. E toda vez que expirar, retraia o abdômen para dentro.
Grave esta regra: ar para dentro, barriga para fora; ar para fora, barriga para dentro. Esta é a respiração baixa, abdominal, que utiliza intensamente a musculatura do diafragma e é responsável por 60% de nossa capacidade respiratória.
A próxima etapa é a respiração média, 30% de nossa capacidade. Coloque as palmas das mãos em suas costelas, com o dedo médio de cada mão se tocando no centro do peito.
Pressione levemente as costelas com as palmas das mãos. Toda vez que inspirar, procure afastar as costelas lateralmente e você verá que os dedos se afastam. Quando for expirar, suas costelas se aproximam e seus dedos se tocam novamente.
A terceira é a respiração alta, que fazemos todos os dias. É aproximadamente 10% de nossa capacidade. Inspire elevando o peito, expire baixando-o.
Agora, junte as três fases, sem as mãos: inspire projetando o abdômen para fora, afaste as costelas e eleve o peito. Em seguida, expire, primeiro descendo o peito, em seguida aproxime as costelas e por fim retraia o abdômen para dentro.
E, então, como se sente?

Menos Estresse, mais Saúde

Uma rotina livre de pressões ajuda a prevenir doenças. Mas isso você sabe
Esse texto pode estressá-lo. Se você já sabe o que é estresse, esse amontoado de frases será perda de tempo. E a falta de tempo, para tudo hoje em dia, não só explica em parte por que estamos todos estressados como justifica o pedido: pula esse texto e vai direto para o da página ao lado. Quem sabe aquele ali o surpreenda e, tomara, o desestresse.

Ei, você ainda está aqui?! Ok, então vamos falar sobre o que você provavelmente já sabe.
Dificuldade em relaxar, em ter prazer, dores de cabeça, desconfortos musculares, insônia, cansaço, irritação ou apatia: sim, estamos falando de estresse. Motivo: o tema do terceiro caderno Unimed Espaço Vida é prevenção de estresse. Estar de olho no nível de esgotamento diário é uma das maneiras eficazes de evitar doenças.
"O estresse pode ser causador e/ou agravador de uma série de doenças, que vão da asma às doenças dermatológicas, passando pelas alérgicas e imunológicas", resumem as doutoras Elizabeth Fagundes e Cibele Lucas. Uma certa dose de estresse - o eustress - é necessária para lidar situações que o organismo interpreta como perigo. A descarga de agentes hormonais de intensa ação orgânica, como a adrenalina e os corticóides, permite que se encare a adversidade de igual para igual. É o nosso corpo preparado para a defesa.
O problema é quando essa ativação orgânica nunca cessa, ou seja, torna-se crônica. Quem tem lesão na camada interna das artérias coronárias provocada por obesidade, fumo, colesterol elevado, lembram as doutoras Elizabeth e Cibele, está sujeito a vários riscos quando sob permanente bombardeio dos hormônios citados, tais como arritmia, angina e ataque cardíaco.
Psicólogo e psicoterapeuta, Leonardo Araujo confirma: o estresse excessivo é uma grande fonte de doenças, dentre as mais comuns, as cardiovasculares. "Estudos recentes da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia concluíram que a liberação de cortisol em pessoas com estresse crônico leva à diminuição da telomerase, uma enzima que controla o envelhecimento das células. Ou seja, quem sofre de estresse crônico envelhece mais cedo e adoece mais", acrescenta.
A essa altura, o corpo e o comportamento do estressado já deu outros sinais: enxaquecas, dores nas costas e nucas, hipertensão, alta sensibilidade, depressão, apatia, nervosismo e... (complete você mesmo!). Até aqui, tudo entendido sobre o poder arrasador da condição de estresse permanente. Psiquiatra e psicoterapeuta, o doutor Vitor Rodrigues, refletindo sobre esse conceito usado amplamente para tudo hoje em dia, vai além e abre caminho para pularmos para o texto sobre otimismo.
"O estresse, por definição, é uma reação, e não um fator que provoque algo", afirma. Portanto, se quisermos evitar o estresse, precisamos focar no que exatamente está disparando os hormônios - ou seja, no modo como reagimos às adversidades.
"Alguém que perde um ente querido pode reagir de diversas maneiras. Basta pensarmos na diferença entre perder um progenitor ou um filho. Em cada caso, é uma tarefa do psiquismo muito complexa e dá uma boa ideia da complexidade que é deixar-ser abater ou não pelo estresse".
Sinais de esgotamento
- Dores de cabeça frequentes e dificuldade de desacelerar.
- Problemas gastrointestinais e tensão muscular, principalmente costas e nuca.
- Sensação de irritabilidade por motivos mínimos ou que antes não chamavam tanto sua atenção.
- Uma longa noite de sono não é suficiente para renovar a energia - pelo contrário, é difícil até pegar no sono.
- Alterações na memória. Esquece coisas simples de lembrar ou "apaga" gestos ou ações que acabou de fazer, exemplo: chegou na esquina e não lembra se fechou a porta ao sair de casa.
- Produtividade em queda - seja no trabalho ou nas atividades pessoais.
- Dias de folga ou férias não mudam a sensação de cansaço.
- Se há identificação com as descrições acima, seu grau de estresse já está interferindo na relação com as outras pessoas.
O que fazer
- Seja franco consigo mesmo e aceite que é preciso rever sua rotina. O que anda bem? O que foi negligenciado?
- Tente reformular sua vida, procurando reduzir as áreas geradoras de estresse. Quem sabe mais espaço para o lazer, para as atividades de que gosta e "andam esquecidas"?
- Procure ajude psicoterápica. A principal atitude ainda é refletir sobre o modo de viver e de trabalhar com as vivências e as emoções que a vida nos proporciona.
- E o mais importante: não se estresse para resolver o estresse. Procure ajuda, se necessário. Estabeleça ações possíveis, realizáveis. E não precisa ser no plural. Pode ser UMA atitude. Depois de conquistada, tente outra. E depois outra... outra... outra... Fique atento Um bom termômetro do quanto você - por inteiro, corpo e mente - está bem é a sua capacidade de sentir prazer. Os prazeres corporais mesmo, sensoriais, de ouvir uma boa música a uma boa noite de sono, o prazer de saborear a comida e o do sexo.

Otimismo, seu Grande Aliado


Encarar os revezes com uma disposição positiva pode não resolver tudo, mas evita uma cilada: aumentar o problema
Para desestressar, uma historinha. Dois irmãos gêmeos estão de aniversário. O mais pessimista ganha uma Ferrari, e o mais otimista, uma lata cheia de fezes de cavalo. Como eles reagem? O pessimista: "Ih, e agora? Como vou manter esse carro? Não vou ter dinheiro... que dor de cabeça!". O otimista: "Ganhei um cavalo, alguém viu ele por aí?".
Ginecologista e obstetra, especialista em Medicina do Sexo e presidente (2000/2002) da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP), José Carlos Riechelmann é quem lembrou dos gêmeos ao ser questionado sobre as consequências de atitudes otimistas ou pessimistas.


O que isso tem a ver com prevenção de doenças e estresse? Muito.
"A vida não é fácil, nem difícil, ela é desafiadora, e o que a torna uma coisa ou outra é o nosso olhar sobre ela", afirma ele. Essa percepção do entorno, se entende na conversa com Riechelmann, passa intimamente pela relação que temos com o corpo - nosso primeiro universo, que registra as impressões do mundo e que traz, desde a infância, uma história e um jeito de lidar com esse mundo.
"Não se é pessimista ou otimista simplesmente porque se quer. Este poder ou não poder ser não é apenas um ato de desejo consciente. Está relacionado com toda uma história de vida", acrescenta o psiquiatra e psicoterapeuta Vitor Rodrigues, lembrando da força das vivências primitivas e infantis na determinação da personalidade de cada um ao comentar a complexidade deste tema.


O corpo que acusa dores e mau funcionamento em razão de uma vida estressante está permanentemente "enviando" informações ao inconsciente. Algumas delas rompem uma "barreira" e chegam ao consciente; outras não. Segundo Riechelmann, questões culturais e o modo como aprendemos a lidar com o corpo determinam a permeabilidade dessa barreira. Tal sintonia, ou capacidade de "ouvir" o próprio corpo, é fundamental quando pensamos em prevenção. Mas o médico aponta para uma sintonia ainda mais fina.
"Quem desde criança tem uma boa relação com seu corpo, respeita a condição evolutiva natural, vê o corpo como algo bonito, bom, prazeroso, e isso está ligado a viver a sexualidade com naturalidade, mantendo um grau não exagerado de repressão, sem culpa, essa pessoa tende a ser um adulto de bem com a vida. O otimista é alguém assim", explica. E continua:
"Alguém que, ao contrário, não construiu uma relação amiga e tranquila com o próprio corpo acredita que ele incomoda o mundo inteiro. Então, precisa controlá-lo. Ao interferir no ritmo natural, entra em briga, cria dificuldades para o corpo. Uma hora, então, ele vai apresentar defeito". É comum, lembra ele, pessoas muito tensas e controladoras apresentarem, por exemplo, constipação intestinal e é claro que isso vai se refletir na rotina da vida. "Vê a palavra enfezado... cheio de...? Em geral, o enfezado vai reagir de forma mau-humorada, pessimista", associa.
A questão parece ser: a vida é estressante ou o modo como você lida com ela é que é?
O doutor Rodrigues se pergunta: "O que é ser otimista? O que é ser pessimista? Ser otimista é não fazer plano de saúde porque uma força superior não me trará doenças? E ser pessimista é fazer três planos? Se for uma questão de escolha da postura diante da vida, eu prefiro o realismo".


Para Riechelmann, o otimismo, o bom humor é ter uma esperança inabalável, no sentido de entender que os problemas existem sim, mas há saídas, e a cada dia podemos caminhar um pouco em direção a elas. "Esperança, de esperar. O contrário: desesperar. O estressado em geral é um desesperado, não?". E, para entender por que alguns esperam o melhor mais do que outros, o médico mergulha de novo na infância e avisa que isso passa também pelo modo como foram compreendidas as necessidades e as frustrações dessa criança. "O acolhimento, um colo amoroso, isso desenvolve a esperança", afirma.
Ok, e podemos mudar? É possível deixar de ser pessimista ou aprimorar nossa esperança na vida? Sim, é.
Riechelmann comenta: "Num primeiro momento, não escolhemos essa condição. Imitamos alguém, ou os pais, ou o que vemos no entorno. Você vai vivendo daquele jeito até porque só conhece aquele. Até que se começa a fazer uma autocrítica. A consciência de que pode ser diferente é o primeiro passo. Você pode se reprogramar".
O que provoca a autocrítica? O convívio com pessoas que levam a vida de um jeito "diferente", por um lado; e, por outro, a sensação de que algo não vai bem - que pode ser percebida sutilmente, se você se dá bem com seu corpo, ou percebida de modo drástico, ou seja, por meio de uma doença. Nesse caso, o estresse é um aviso. E, diante dele, com qual dos gêmeos você se parece?


Importância das Atividades Físicas


Cardiologista alerta sobre a importância das atividades físicas
Luiz Fernando Hormain alerta que são muitos e perigosos os riscos do sedentarismo
Na entrevista abaixo, Luiz Fernando Hormain, médico cardiologista/Diretor de Mercado e Saúde ocupacional Unimed Litoral Sul, resume alguns aspectos importantes sobre o tema do caderno.
Riscos do sedentarismo
São muitos e perigosos os riscos do sedentarismo, desde a maior prevalência de enfermidades cardiovasculares como a cardiopatia isquêmica e a hipertensão arterial, até o desenvolvimento das enfermidades cronico-degenerativas, tais como a osteoporose e as artroses, passando pelos quadros de ansiedade/depressão, mais comuns e mais graves nas pessoas sedentárias.
Quanto fazer
Não existe uma "Tabela" de carga de exercícios físicos adequada a todas as pessoas, eis que há diferenças entre grupos etários, condicionamento fisico-atlético, enfermidades co-existentes, predisposição individual, etc. A recomendação é de que as pessoas pratiquem exercícios aeróbicos (preferência à caminhada) por 40-50 minutos, no mínimo 3 a 4 vezes por semana, sem carregar pesos,com roupas e calçados adequados e, principalmente, com controle médico.
O que fazer
O gosto pela atividade física é fundamental para a liberação de endorfinas, verdadeiros "tranquilizantes" naturais que liberamos ao nos exercitarmos. Por isso costumamos dizer que o exercício físico deve ser prazeiroso. Há pessoas que preferem atividades esportivas, outras ciclismo, e assim por diante. O fundamental é que o exercício seja adequado ás condições biológicas do indivíduo e cause prazer.
O que não fazer
O principal erro cometido pelas pessoas é se submeterem à uma grande carga de exercícios de forma brusca, sem avaliação médica, correndo riscos, desde uma simples distensão muscular até um infsrto do miocárdio. O exercício físico, aliás como tudo na vida, deve ser bem planejado e executado com segurança. O grande benefício do exercicio é sua regularidade, daí que a sua descontinuidade faz com que a pessoa perca seu condicionamento e volte a ser submetida aos mesmos riscos do sedentarismo